Nas sombras da noite, ele procura
os silêncios que sussurram medos.
As mãos tremem, frias e vazias,
enquanto o mundo se dissolve em negrume.
No ventre da escuridão, ele sente
o coração pulsar, descompassado, aflito.
Os olhos cegos tocam o vazio,
mas encontram sempre os mesmos fantasmas.
Há sombras que dançam sem cor,
são pardas, indiferentes, cruéis.
Elas arrastam memórias escondidas
nas dobras do tempo, sem perdão.
E na noite, ele se afoga,
nos temores que são dele e não são.
Mas, quando o dia surge, morre.
Fica a alma, em silêncio, só.
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