Eu sou o desejo bruto,
a carne viva, queima-me a alma,
e as veias, flui-me o querer,
em cada toque proibido, expando.
Há uma fome que me invade,
uma sede que não sacio,
um fogo que, em mim, dança
e consome, e renasce sempre.
Percorro corpos como quem sonha,
buscando o grito primal,
sento-me na beira do abismo,
e caio, sempre em queda livre.
Há mãos que me puxam,
mas eu, queimo-me nelas,
e nos seus dedos, sou terra,
e sou mar, e sou vento.
Não temo os meus desejos,
mas temo não os ter,
e, entre o silêncio da noite,
danço nu, no meu querer.
Quero-me inteiro, na pele,
nos poros, na carne,
e o que sou, sou instinto,
e o instinto sou eu, que arde.
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