Desassossego I
Existe um lugar, que me escapa,
onde os sentidos, se entrelaçam,
com memórias, que não reconheço,
mas que me assombram, sem trégua.
Dentro de mim, há mares profundos,
que nunca naveguei, nem compreendi,
mas sinto, como marés, incessantes,
a puxar-me, para o fundo, de mim.
E há uma voz, que murmura,
segredos que não ouso revelar,
mas que vibram, na minha carne,
como um sussurro, antigo e vivo.
Esse lugar, onde não me encontro,
é onde me perco, sem saída,
num labirinto de sombras, e ecos,
que me desassossega, noite e dia.
Desassossego II
Existe um lugar, obscuro, em mim,
que se esconde, em silêncio, profundo,
entre o medo, e o abismo, da alma,
onde o tempo, desaba, sem fim.
Dentro de mim, há sombras, latentes,
onde se perdem, sonhos, antigos,
pedaços de um eu, tão distante,
que me desassossega, e murcha.
Cada pensamento, é um eco, que fere,
um segredo, sussurrado, ao vazio,
tentando encontrar, no escuro, o porquê,
de uma inquietude, sem rosto, ou razão.
E nesse lugar, onde não há luz,
onde o silêncio, se faz, carne,
habito a dor, como um fado, íntimo,
e me descubro, frágil, e errante.
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Em conjunto, os poemas, "Desassossego I" e "Desassossego II" formam um díptico que ilustra a jornada interior do eu lírico em busca de autoconhecimento.
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