Mar de silêncio

A dor foi quem a moldou,  
Sem pressa, como cinzel na pedra.  
Cada sulco guarda uma história,  
Silente, mas sempre em voz alta.

E ela, que antes cantava,  
Agora, murmura segredos aos ventos.  
Os olhos, já não têm brilho,  
Só reflexos do que foi perdido.

Por dentro, o eco de um grito,  
Afogado em mares de silêncios.  
Tudo que um dia a cativou,  
Hoje é sombra, espectro de si.

Mas, na dor, também há luz,  
Ela vê beleza na cicatriz.  
A pele rasgada, traça novos mapas,  
Desenha o futuro em linhas firmes.

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