Mãos vazias

Eu sei, és tanto e tudo,  
te entregas na corrente dos dias,  
e eu sou este vazio,  
sem promessas, sem margens.  

Tu me ofereces tua alma pura,  
e eu, perdido, sem rumo,  
nada tenho além de silêncios,  
e este corpo, já tão cansado.  

No teu abraço, sinto o infinito,  
mas, nas minhas mãos vazias,  
não há ouro, nem futuro,  
só esta sombra que teima em ficar.  

Queria ser o que esperas,  
mas sou noite sem estrelas,  
um horizonte que não chega,  
um espelho sem reflexo.

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