Noite perdida


Na noite incerta, estendemos corpos no chão, o desejo fervendo, arder visceral,
sem freio. 
Nossos corpos se encontram, sobre a
pele, contornos nus se insinuam em
sombras errantes, estremecendo sob a luz difusa de um desejo imenso.

Sentimos a textura da pele em atrito,
mãos exploradoras, curvas sedentas,
contacto vibrante, suspiros dispersos,
amalgamados em gemidos, a dança
instintiva dos corpos sem barreiras, 
numa maré selvagem de prazer crua e
imediata.

Entrelaçamo-nos em espasmos de
euforia, o calor da urgência palpita em
cada toque, a fricção visceral, língua e
lábios, busca e encontro, cada instante, uma explosão, um clímax compartilhado, onde a necessidade se transforma num festim voraz.

A noite é um palco para nossos corpos
audaciosos, a paixão nos devora,
consumindo-nos em chamas. 
Somos seres perdidos e encontrados na mesma voragem, vulneráveis e intensos, entregues ao êxtase, a noite nos molda num desvario coletivo.

Sentimos o prazer como um rito sagrado, em cada gesto, um grito, 
uma promessa, um lembrete cru do que significa realmente existir, onde o prazer e a dor se fundem, se tornam um só, e nos perdemos, intensamente, no calor do chão.

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