Às vezes olho e já sei.
Não preciso de falar, nem de me explicar,
só sinto o que passa no ar entre nós.
O silêncio não me pesa, é um abraço.
Talvez tu nem saibas, mas também respondes.
O teu olhar fica ali, suspenso,
e é como se tudo estivesse dito.
Não há dúvida, não há espaço entre a tua respiração
e o meu pensamento que corre.
A minha boca não se abre,
não por medo, mas por saber
que qualquer palavra seria menos do que este instante.
As tuas mãos não se mexem,
mas há um querer nas tuas pupilas,
um acordo invisível que assinamos com o piscar.
Fico aqui, assim, sabendo sem saber,
vendo sem precisar ver mais.
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