Caminho sem destino, pés tocando o chão áspero,
O ar dança em volta, leve e indiferente,
Nada pesa nos ombros, apenas o vazio da tarde,
O corpo move-se porque precisa, porque é assim.
Entre as árvores, a luz hesita,
O tempo dissolve-se em minutos estendidos,
E os pensamentos correm livres, sem fronteiras.
Não há pressa nem propósito, só o momento.
O som dos passos quebra o silêncio breve,
E eu escuto o mundo, mas sem querer entendê-lo.
A vida passa, com suas ruas, suas casas,
Mas aqui, na terra molhada, há apenas o agora.
Penso em tudo e em nada ao mesmo tempo,
Sem buscar respostas ou perguntas certas.
A mente dança por paisagens internas,
Como se o destino fosse a própria caminhada.
Por vezes, sinto o vento falar comigo,
Ou talvez seja apenas o meu cansaço,
Mas sigo, com os olhos fixos no horizonte,
Onde o sol cai lentamente sobre si mesmo.
Há algo de puro em não pertencer a lugar algum,
Em ser só um corpo que se move, sem raiz,
E nesse estar sozinho, há uma liberdade
Que as palavras não conseguem segurar.
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