Com meu bebé no colo,
um suspiro suave dança entre nós,
enquanto o sol derrama sua luz pela janela,
espalhando dourado pelos cabelos dele,
pelo meu peito que acolhe.
Este é o momento em que o mundo
se reduz ao pulsar delicado,
ao calor das suas mãos pequeninas,
dedos que se abrem e fecham,
como um segredo contado em gestos.
Na minha pele, sinto o pulsar da vida,
pequenas batidas, um ritmo que segue,
sereno, quase mudo, mas tão forte,
forte como a raiz de uma árvore
que cresce sem pressa, mas com certeza.
Ele é um botão, um início,
uma promessa feita ao futuro
que guardo junto ao meu peito,
com todo o cuidado de quem
acaricia a pétala mais frágil.
E há uma música que nasce,
não no silêncio, mas na respiração,
no ar que entra e sai,
como um mar que vai e volta,
e nos carrega em ondas suaves,
levando-nos para longe de tudo
que não seja este momento,
onde o amor flutua entre nós,
leve como o sopro de uma brisa
que beija as folhas ao cair da tarde.
No balanço do meu corpo,
ele encontra o seu lar,
no meu olhar, ele descansa,
e eu vejo nele, tão pequeno,
um universo inteiro,
feito de possibilidades,
de sonhos ainda não sonhados,
mas que já se entrelaçam
no ar que compartilhamos,
numa dança lenta,
uma melodia feita de nós.
Com meu bebé no colo,
o mundo fica mais simples,
mais certo, mais belo.
E no sussurro do seu sono,
eu ouço a promessa de amanhã,
uma esperança que cresce,
na doçura do presente,
na ternura deste instante,
onde só existimos nós dois,
e a vida, que começa agora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário