liberto das amarras

 

ator-clayton-nascimento










Num palco de palavras desajeitadas,

Meu poema caminha no meio das jornadas,

Rimas malfeitas, versos curtos, sem tato,

Mas neles, meu ser encontra seu recato.


A métrica falha, os compassos confusos,

Expressões que tangenciam os abusos,

Adjetivos raros, escondidos na sombra,

No turbilhão das palavras, minha alma se escombra.


Mas no meio do caos, a beleza se esconde,

Nos tropeços, o inesperado responde,

No errar das rimas, um sorriso brota,

E a simplicidade da vida aflora.


Pois mesmo com traços de trapalhão,

O poema é a voz do meu coração,

E nessa desordem, sinto-me inteiro,

Liberto das amarras, do medo e do cativeiro.


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