Na estrada da poesia, a dor se embala,
Dói feito blues, num ritmo que resvala.
Versos desgarrados, na noite a se espraiar,
A poesia dói, como um soluço a ecoar.
Nas esquinas do verso, a alma se desdobra,
A poesia dói, feito ressaca que sobra.
Figuras entorpecidas dançam pelo ar,
A dor persiste, um rastro a nos assombrar.
Café amargo, letras espalhadas na mesa,
A poesia dói, qual melodia que não cessa.
Rimas entrecortadas, como sonhos quebrados,
A dor se expande, como notas num jazz aguçado.
No vagar das palavras, o tempo se perde,
A poesia dói, como um vício que nos fende.
Batidas da vida, versos em descompasso,
A dor se entrelaça, num abraço sem passo.
Mas no ritmo da dor, a poesia se encontra,
No pulsar da vida, ela ressurge e espanta.
Pára, poesia, no bater do coração,
A poesia dói, mas também é redenção.
_pedroperes _beat
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