poesia dói, alma voa (ii)

 

Na estrada da poesia, a dor se embala,

Dói feito blues, num ritmo que resvala.

Versos desgarrados, na noite a se espraiar,

A poesia dói, como um soluço a ecoar.


Nas esquinas do verso, a alma se desdobra,

A poesia dói, feito ressaca que sobra.

Figuras entorpecidas dançam pelo ar,

A dor persiste, um rastro a nos assombrar.


Café amargo, letras espalhadas na mesa,

A poesia dói, qual melodia que não cessa.

Rimas entrecortadas, como sonhos quebrados,

A dor se expande, como notas num jazz aguçado.


No vagar das palavras, o tempo se perde,

A poesia dói, como um vício que nos fende.

Batidas da vida, versos em descompasso,

A dor se entrelaça, num abraço sem passo.


Mas no ritmo da dor, a poesia se encontra,

No pulsar da vida, ela ressurge e espanta.

Pára, poesia, no bater do coração,

A poesia dói, mas também é redenção.


_pedroperes _beat

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