Olhei pela janela e não vos encontrei,
as lágrimas voltaram teimosamente
ao sentir-vos violada, rasgada e enfim decepada.
Queria ser chuva e te lavar a alma ferida.
Queria ser terra e te alimentar o corpo que busca o sol.
Queria ser vento e te fazer dançar a madrugada.
Queria ser abraço destes braços feitos ramos verdejantes.
Queria ser homem e amar teu corpo de mulher até ao fim dos tempos.
Queria te prometer que não há maldade no mundo.
Queria ser querubim e te segredar baixinho carícias.
Sonho teu perfil tão vibrante de vida que regozijo
mas hoje os pássaros não virão mais me embalar com seu chilrear,
a noite se esvai no céu com a madrugada reclamando a luz a meus olhos cansados,
vou recebe-la com o coração aberto pedindo-lhe um desejo:
semente de árvore, dá-me a esperança de te voltar a ver sorrir,
e ao entardecer leva-me ao arco-íris dançar.
Benditas árvores!
ResponderExcluirQueria ser humano e lembrar que te preciso.
ResponderExcluirAh Pedrinho, que lindo poema!
ResponderExcluirSenti saudades da árvore que não conheci
Beijos!
Garoto, você tem mesmo talento e expressão. A Natureza é ricamente presente em seus textos, e perpassa os limites impostos das palavras com um eflúvio. A dinâmica da imagem com o enredo tem seguido fiel, parabéns.
ResponderExcluirVoltarei mais vezes aqui.
Abraço!
PS. Li esse texto logo após a notícia de que agora os leões africanos também entram em extinção.
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