Num dado momento, sem aviso, me vejo fechando as portadas, as persianas, as janelas e por fim correndo os cortinados, ficando fechado em mim, suspenso num torpor, no silencio da escuridão, lutando com a dor que me visita sem convite.
É então que tudo falha e, de braços caídos, me abandono...
na beira do precipício
espero cobardemente
que uma leve brisa
por fim me liberte
Não sei por quanto tempo, mas por certo, tempo sempre demais, mas me fazendo de valente,
de respiração rasa
seguro-me
esperando o sol raiar
Então, de novo sem aviso, já perdida a última réstia de esperança, um raiozinho de sol, não sabendo bem como, penetra naquela fortaleza.
A pouco e pouco, vou correndo os cortinados, abrindo de par em par as janelas, sorvendo o ar fresco e doce da madrugada que força a entrada.
Por fim, timidamente, as persianas sobem, deixando de novo a vida me resgatar.
Um dos poemas mais lindos que já li! Obrigada por escrever, por publicar, por existir!
ResponderExcluirPalavras que abrem as minhas janelas de sentimentos....
ResponderExcluirLindas palavras!!!
Beijos
Salve o SOL!
ResponderExcluir:)
este é poema-raiozinho-de-sol. de apagar dores e abismos. poema de renascer madrugadas quando navegamos por dentro da noite.
ResponderExcluirTodos temos um sotão que inevitavelmente precisamos voltar.
ResponderExcluirEncantador!Abraço.
ResponderExcluirLuz... Sempre!
ResponderExcluir:)
Uau! Que sensação real a de seu texto. Talvez pela mácula que tenho ainda a pouco impregnada em mim e que se reconhece no texto.
ResponderExcluirContudo, belo!