Sem Remédio - Florbela Espanca

Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou…
Não sabem que passou, um dia, a Dor
À minha porta e, nesse dia, entrou.

E é desde então que eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!

Sinto os passos da Dor, essa cadência
Que é já tortura infinda, que é demência!
Que é já vontade doida de gritar!

E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,
A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar!…



(Florbela Espanca)

10 comentários:

  1. Escolheste bem o soneto de Florbela, gostei. Este é um dos que me lembram minha infância.

    Abraços a ti.

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  2. ADOREI VIR AQUI. É MUITO FASCINANTE SEU BLOG. MUITO BOM. DEU VONTADE DE LER E RELER TUDO. UMA MARAVARVILHA, REVERDECE A ALMA DA GENTE. VOLTAREI COM MAIS DEMORA PARA APRECIAR TANTA BELEZA. ADORO POESIA. TENHO UM BLOG DELAS. SE PUDER ME VISITAR, FICO MUITO AGRADECIDO, GOSTARIA DE TER POR LÁ SUA PRESENÇA E COMENTS. SE GOSTAR E QUISER ME ADICIONAR, VOU FICAR MUITO FELIZ. JÁ TE SIGO, COM ALEGRIA.TENHAS UM GRANDE FIM DE SEMANA, NO MÍNIMO, ILUMINADO. FELICIDADES E SAÚDE!
    ABRAÇOS,
    JOÃO LUDUGERO, POETA.
    ATÉ MAIS!

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  3. Daniella Caruso13/6/11 13:50

    olá! Estou lhe seguindo tbm no twitter. Pois temos o gosto pela poesia em comum. Lindo poema de Espanca, em sua profundidade humana e sua resistência à reconciliação com a dor! Prabéns pelo blog, viu. Quando puder visitar o meu, ficarei agradecida.
    http://www.qbonecadoll.blogspot.com
    Abs.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Ahh Florbela que tanto foi machucada e tão belamente descreveu sua dor? Sua?

    Não... Há de tantos, e, no entanto, há os que gostam tanto de mais dor causar e assistir...

    Outros sequer notam.... Não, impossível nõa notar... Passam por cima fingindo ignorar e pisoteiam...

    Sim... Ela também conta minha história...

    Beijocas-que-sangram

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  6. Bela descrição das dores que de vez em quando sentimos...

    Só não acredito que é sem remédio, acho que nossas dores só não têm remédio quando não queremo parar de sofrer.

    Obrigada por sempre divulgar meus escritos (Múltiplas Realidades)!!!

    Bjs!

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  7. Ola, ótimo post. Chamou a minha atenção. Gostei.
    Estou aqui para avisar que já está no ar o sexto capítulo de “Illegitimate”. O book está tendo ótimas críticas. Confira através do POET (Pages Of Erased Text).
    Te vejo lá.
    http://pagesoferasedtext.blogspot.com/

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  8. "Se não podem me ler; que eu me leia; que conheça os sobressaltos que interpõe esta ponte, e se ela não existir, que eu seja o engenheiro sagaz; determinado a cumprir com o meu objetivo, seja lá, onde estiver as ferramentas que preciso ainda encontrar para beijar os pés de Clarice Lispector; limpando o chão pelo qual passou Machado de Assis; lendo e aprendendo com o tão polêmico Nietzsche... Ah, Senhor, protetor dos novos e loucos autores, que esta chuva que refrescou a luta árdua de tantos molhe o meu telhado a ponto de encontrar a humildade necessária que não me fará algoz de minhas próprias ambições..."

    Ola querido,
    Não some não, está tendo sorteios no blog todos os meses; passa lá para conhecer as novidades!Estamos de blog praticamente novo, e conto com sua presença por lá!Lindo texto, parabéns pela inspiração.
    abs

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  9. Tudo passa! Passa o amor, as lembranças e até a dor! Mas, nos resta a esperança. Amei o seu blog. Abraços

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  10. A poesia de Florbela é inconfundível. Gostei muito.
    Lembranças do Brasil

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